quarta-feira, março 22, 2006

O meu Pasquim

Para efeitos de comparação, o Pasquim foi a nossa New Yorker. Um fenômeno nos anos 1970. Mesmo sem grana por trás, fez história no jornalismo brasileiro. Lançou e consagrou, vamos dizer assim, jornalistas e cartunistas que hoje são cultuados (ohh...): Paulo Francis, Ziraldo, Jaguar, Ivan Lessa, Millôr Fernandes, Fortuna, Henfil etc. O time era bem mais eclético, escreviam também escritores, músicos e cineastas – como Vinicius de Morais, Caetano Veloso, Chico Buarque, Glauber Rocha, Dalton Trevisan, Antonio Callado, Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony etc.

Lançado em 1969 com 20 mil exemplares semanais, um ano após o endurecimento (ui) do regime militar, o Pasquim chegou aos 200 mil no seu auge. Fizeram fama da publicação não só o time de colaboradores, mas também as antológicas entrevistas (feitas em grupos , regadas a álcool e editadas com muita coloquialidade) – sendo a mais famosa a da atriz Leila Diniz, pontuada de palavrões, que eram substituídos por asteriscos. Senão me engano, o velho Pasca acabou em 1982.

Bom, falo tudo isso porque saiu recentemente pela editora Desiderata uma seleção de páginas do jornal, feita por Jaguar e Sérgio Augusto. “O Pasquim - Antologia 1969-1971” reúne material dos 150 primeiros números. Ainda não comprei, mas com certeza comprarei – assim que tiver alguma grana, pois o livro custa R$ 69 (352 págs.). Mas acredito que valha a pena.

Em 2001, Ziraldo e seu irmão Zélio resolveram ressuscitar o cadáver. Óbvio que foi um fracasso, mas durou bastante, até – a última edição circulou em 2004. Comprei os primeiros números, mas depois de um tempo cansou – aquele bando de velhos falando bem do governo Lula me dava engulhos. Além de tudo, alguns números eram bastante chatos. E as entrevistas... ahh, melhor nem comentar.

Se eu fosse fazer hoje um jornal alternativo decente, um filho do Pasquim, aqui está a minha lista de colaboradores:

Ivan Lessa (de Londres)
Alexandre Soares Silva
JP Coutinho (de Portugal)
Millôr Fernandes
Reinaldo Azevedo
Sérgio Augusto
Arthur Dapieve
Mario Sergio Conti
Xico Sá
Dorrit Harazim
Paulo Polzonoff Jr.
Tutty Vasques
Pedro Doria
Dalcio Machado
Flávio Rossi
Angeli
Adão Iturrusgarai

(Paro por aqui, não sem antes deixar o link para o livro. Clica.)

terça-feira, março 21, 2006

O Código da Vinci

Não sou o que se pode chamar de "crítico literário", mas não posso deixar de comentar: comecei a ler o mega-best-seller-uau-super-instigante "O Código da Vinci" e não consegui passar da página, opa, deixa eu pegar o livro, da página 25.

Confesso que peguei o livro com um certo preconceito. E larguei-o em cima da mesa com um preconceito maior ainda. Fazer o quê?

Um dia, talvez, eu tento novamente. Talvez...

quinta-feira, março 09, 2006

Nohtas

Academia
Foi com certo pesar que voltei este ano pra terminar o curso de jornalismo que eu havia trancado há três anos. Só de pensar que ainda faltam dois anos, tenho calafrios. A faculdade é um negócio totalmente diferente do que eu sempre imaginei.

Lembro que quando entrei, era só empolgação. Vamos nos formar, aprender algo pra se trabalhar, conhecer muita gente.

Mas essa impressão logo se foi, e sobreveio outra: como existe gente imbecil aqui, num curso de jornalismo. Acho que não devia ser assim, mas é. E parece que é em todo lugar.

Meus olhos funcionam!
Finalmente tomei coragem e resolvi fazer a operação de miopia. É estranho poder enxergar bem sem óculos e acordar de manhã sem aquele borrão. A cirurgia é um negócio horroroso, mas no final acho que acaba valendo a pena.