quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Friedman e Fields

Milton Friedman meets Bob Fields, por Paulo Roberto de Almeida (indicado pelo Guilherme Fiuza):

“A gente passa a maior parte da nossa vida pregando no deserto, tentando convencer os homens a defender a sua prosperidade através da liberdade de mercados e da competição. Seduzidos pelos falsos profetas, que são os políticos, eles têm essa tendência inexplicável a preferir mais e mais leis, regulação e despesas públicas, como se esperassem que o Estado lhes fosse trazer a felicidade eterna. Como você bem sabe, Bob, essas boas intenções sempre produzem resultados deploráveis. Só depois que a gente se vai é que eles começam a se convencer do acertado de algumas idéias simples”.

“Surpreende-me que in Latin America todos gritam contra o neoliberalismo, quando o Chile é o único país da região que cresce continuamente há quase duas décadas.”

“Também pudera, Bob, você mesmo, com todo o seu credo liberal e privatista, fez mais para impulsionar o poder do Estado do que todos esses universitários marxistas que se reúnem regularmente para pedir mais controle de capitais e do câmbio, mais gastos públicos, menos abertura econômica, não aos acordos comerciais. Tell me frankly, Bob, você não se arrepende hoje desse stalinismo para os ricos que vocês criaram no Brasil?”

“Não é nada disso, Milton, o seu esquema se dirige aos working poors, ao passo que o nosso programa praticamente não tem contrapartidas e não constitui a remuneração por qualquer tipo de atividade. É muito diferente. Mas ele é obviamente muito apreciado pelos políticos, que constituem com isso um imenso curral eleitoral.”

“Repita comigo, Bob, algumas verdades simples, que funcionam em qualquer tipo de economia. O segredo para o crescimento sustentado e o desenvolvimento social é uma boa combinação de quatro elementos essenciais: macroeconomia estável, microeconomia competitiva, alta qualidade dos recursos humanos e inserção nos fluxos dinâmicos de comércio e investimentos. Isso não tem nada a ver com economia keynesiana, austríaca, liberal ou neoliberal. É uma diferença entre boa e má economia. As simple as that!”

Marcadores:

3 Comments:

Blogger Zé Ricardo M. disse...

Eu tô deixando de considerar que a gente vive em uma economia capitalista. Deve ser outra coisa isso aqui. Quando 66% das receitas das empresas vão para o governo, só pode ser outra coisa. Ou então é um "capitalismo sem risco", com um mero detalhe: capitalismo sem risco não existe...

08 fevereiro, 2007 10:59  
Blogger Carlos Eduardo Moura disse...

Pois é.

Mas vem cá, mudando um pouco de assunto: o que tu acha que aconteceria na economia brasileira se o PT tivesse chegado ao poder em 89? Ou em 94?

08 fevereiro, 2007 20:21  
Blogger Zé Ricardo M. disse...

Cara, tava te respondendo isso, mas já tinha uns 5 parágrafos escritos e não estava dando conta. É uma questão bem complicada. O que eu acho é que o FH não deixou uma herança tão maldita, mas que o seu governo teve também seus vários defeitos. Não como este, porque ao menos havia um projeto com o qual eu concordo. Este nem o projeto tem.

Qualquer dia vamos sair aí pra tomar umas e discutir a questão. Ou, então, mais para frente eu escrevo algo a respeito.

Abs
PS: Não, não estaria melhor. Essas reformas micro necessárias o PT é incapaz de fazer, mesmo por conta da sua base ser sindical.

08 fevereiro, 2007 21:21  

Postar um comentário

<< Home